Medidas serão implementadas faseadamente e no horizonte 2025-2030
A Câmara Municipal de Lisboa apresentou publicamente as linhas estratégicas e o plano de ação para o comércio da cidade. Durante a conferência “O Presente e Futuro do Comércio de Proximidade”, que decorreu no dia 29 de maio no MUDE, o Vereador com o pelouro da Economia e Inovação, Diogo Moura, delineou a visão da autarquia para aquele que é considerado “um pilar essencial da identidade da cidade, refletindo a sua riqueza histórica e a sua capacidade de adaptação à modernidade. Lisboa tem todas as condições para se afirmar como uma capital global da economia de proximidade, onde tradição e inovação convergem para criar um ecossistema comercial dinâmico, competitivo e sustentável”, sublinhou aquele responsável.

Nesta visão, os bairros comerciais históricos são revitalizados e requalificados, mantendo a sua identidade única e atraindo novos negócios e consumidores. Os negócios locais melhoram, tirando partido de novas oportunidades de digitalização e diferenciação. A experiência de compra é reforçada por um espaço público qualificado, por um modelo de mobilidade eficiente e por políticas que promovem a sustentabilidade e a competitividade do setor.
Acima de tudo, esta visão coloca as pessoas no centro: os residentes, que devem encontrar no comércio local respostas às suas necessidades quotidianas e um fator de pertença à cidade; os comerciantes, enquanto protagonistas da vida urbana; e os visitantes, que valorizam experiências autênticas e de proximidade. O comércio de Lisboa deve ser um motor de desenvolvimento urbano, social, cultural, ambiental e económico, contribuindo para uma cidade mais vibrante, inclusiva e preparada para o futuro.

A estratégia definida assenta, então, em quatro caminhos para transformar o comércio de Lisboa.
Primeiro. Revitalizar os bairros comerciais, tornando-os vibrantes, insuflando nova vida ao comércio local, pela requalificação do espaço público e zonas comerciais, pelo incentivo à ocupação de lojas devolutas; pela melhoria da mobilidade, acessibilidade, segurança e limpeza. Procurando o equilíbrio entre turismo e a vida local.
Depois, segundo. Tornar os negócios locais fortes e sustentáveis. Apoiando os comerciantes com programas de formação e mentoria, apostando na sua modernização e sustentabilidade. Neste caminho confere-se também importância à valorização das lojas históricas e à dinamização dos mercados e feiras como polos de inovação.
Em terceiro lugar, o caminho a seguir aposta na comunicação e promoção do comércio local para o tornar mais visível, moderno e atrativo. Um portal digital para o comércio de Lisboa, a dinamização do ecommerce; campanhas de valorização e fidelização, são também formas de divulgar estas empresas.
Por fim, as parcerias e a colaboração são apontadas como formas de trabalhar em conjunto visando um comércio mais forte, apoiado no associativismo, nas redes de comerciantes, na colaboração entre Câmara, freguesias, empresas e associações e na participação ativa nas decisões.
Definida a orientação, segue-se o Plano de Ação, com o horizonte temporal 2025-2030. Das medidas para cada um dos 4 eixos da visão destacam-se como prioritárias, entre outras: a elaboração de uma proposta de exceção ao Licenciamento Zero em zonas críticas e a criação de incentivos à ocupação de lojas devolutas, para revitalizar os bairros comerciais; com vista a fortalecer os negócios locais, as medidas passam por criar programas de capacitação e mentoria empresarial (medida já em curso – Comércio+), apoiar a modernização de lojas e mercados e expandir o programa Lojas com História. Para divulgar melhor o comércio de proximidade, preconiza-se a criação de apoios à digitalização e inovação nos negócios e a criação do portal Lisboa Comércio (medida já implementada). Das medidas para promover a realização de parcerias e colaborações, dá-se relevo à criação do Balcão Comerciante, com abertura prevista durante o mês de junho, o qual inclui uma parceria com a UACS e a AHRESP para atendimento personalizado.
Para Diogo Moura, este é um compromisso com Lisboa, “é um pacto com os bairros, os comerciantes”. E acrescenta: “A Câmara Municipal de Lisboa assume a liderança de uma transformação sustentável e faseada e compromete-se a continuar o diálogo com os comerciantes e consumidores, garantindo que as políticas de apoio ao comércio local sejam ajustadas e eficazes. Lisboa quer afirmar-se como uma cidade que cuida do seu comércio, valoriza a identidade e aposta na inovação”.